MINICURSO DE ORIGAMI APRESENTADO NO XII EPEM
ENCONTRO PAULISTA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM BIRIGUI/SP
Eixo Temático: (E4 – Formação de Professores)
Público-Alvo: Profissionais da educação matemática
Tempo Previsto: 3
horas
O ORIGAMI NA MATEMÁTICA ESCOLAR
Marcelo Constantino GÁLIO –
IFSC USP – SP (marcelo.galio@usp.br)
Thaís Fernanda de
Aquino CORREIA – IFSC USP– SP (thais.fernanda.correia@usp.br)
Esther Pacheco de Almeida PRADO – ICMC USP –SP (epaprado@icmc.usp.br)
Resumo: Este mini-curso abordará a montagem de
origamis e as possibilidades de discussões de alguns elementos da geometria da
educação básica, como, quadrado e seus elementos – lados e ângulos; diagonal
do quadrado, bissetrizes, lados paralelos, lados que se interceptam.
Palavras-chave:
Matemática escolar, Geometria, Origami.
Introdução
A matemática por anos tem sido a
matéria desagradável para a maioria dos alunos da escola básica. Isso ocorre
porque a matemática escolar impõe ao aluno uma obediência cega às definições e
teorias, onde qualquer resposta fora do esperado é considerada errada (RUIZ,
2001). Para isso é utilizado a técnica exacerbada de resoluções de problemas,
fazendo com que o aluno apenas memorize um algoritmo de resolução para
problemas semelhantes (RUIZ, 2001). Para mudar essa situação e colocar a
matemática escolar mais próxima dos alunos da educação básica foi proposto este
minicurso de origami.
Para este minicurso será necessário
apenas um local com carteiras dispostas em U, os demais materiais necessários
serão levados por nós. A quantidade máxima de participantes seria de 30
pessoas, sendo que estaremos em quatro pessoas, uma ensinando e as demais para
auxiliar tirando as dúvidas.
Desenvolvimento
Este minicurso terá início com uma
breve discussão das razões do uso do origami no ensino de matemática, pois as
orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1997, p.49), PCNs,
indicam que “é importante que observem semelhanças e diferenças entre formas
tridimensionais e bidimensionais, figuras planas e não planas [...]”.
A escolha por trabalhar com o
origami se deu ao conhecermos que desde 1876 no Japão este faz parte do
currículo escolar (Portal Japão e Origami na educação da Unesp). As razões
apresentadas são de que o origami promove o desenvolvimento intelectual,
capacidade criativa e a psicomotricidade, características estas que se atrofiam
na matemática escolar atual. Além disso ele é muito importante no ensino de
geometria euclidiana e também pode ser usado como inclusiva de deficientes
auditivos (OLIVEIRA, 2012).
Para iniciar a prática do minicurso
será explicada a etimologia da palavra origami que se origina do ‘ori’ que
significa dobrar e ‘kami’ que significa papel. Após isso serão descritas
algumas regras importantes para o início prático do minicurso:
REGRA 1: Não vincar o papel, pois se
corre o risco de rasgar o papel;
REGRA 2: Não se deve fazer o origami
apoiado na mesa ou nas coxas, pois desse modo não será estimulada a coordenação
motora e também seria mais difícil do participante visualizar o origami a ser
elaborado;
REGRA 3: Não fazer uma “competição” de
quem termina primeiro, pois existe a necessidade de memorização dos vários
passos que serão feitos e também é preciso muito capricho para a estética do
origami.
O origami que iniciará o minicurso
será o TSURU, Figura 1, pois a construção desse origami possui as principais
dobras utilizadas nos demais origamis e também por ser o símbolo do origami.
Com ele serão feitas várias analogias nos passo a passo para que fique mais
fácil ao ouvinte memorizar o que deverá ser feito. Entre um passo e outro será
contada a história de Sadako Sassaki (CIDRAL, 2012), enquanto se aguarda que
todos estejam no mesmo passo.
Figura 1 – Tsuru.
Fonte: ARAKI, 1990, p. 22.
A história de Sadako Sassaki
(CIDRAL, 2012) é que ela era uma menina que morava na cidade de Hiroshima no
período da Segunda Guerra Mundial e sobreviveu à explosão da bomba atômica.
Porém, um tempo depois ela adoeceu e foi constatado que tinha leucemia e teria
pouco tempo de vida. Lembrando-se da lenda dos mil tsurus, quem fizer os mil
tsurus terá um pedido realizado, ela dá início à luta pela sua vida.
Infelizmente ela não conseguiu completar os mil tsurus, mas seus colegas
concluíram e também se organizaram para construírem o Monumento da Paz às
Crianças, para lembrar todas as crianças que morreram por causa da bomba
atômica.
Ao termino do tsuru será mostrado o
cubo Sonobe, Figura 2, para gerar a discussão que diferencia o quadrado de um
cubo, uma confusão comum entre os alunos da educação básica que nos indica a
necessidade em diferenciar uma figura bidimensional de uma tridimensional.
Figura 2 – Cubo Sonobe.
Fonte: KASAHARA e TAKAHAMA, 1987, p. 42
Como atividade complementar, será
montado o kusudama Sonobe, que são as mesmas peças do Cubo Sonobe, porém com
uma dobra a mais, o dobro de peças e uma forma diferente de montar.
Vale ressaltar que o origami não é
necessariamente uma ferramenta de uso exclusivo da escola básica. Como Nishida
e Hayasaka (s/d) afirmam que “no nível acadêmico mais avançado, o origami pode
ser usado para representar moléculas tridimensionalmente (“origami molecular”) [...]”.
Ao fim do minicurso serão
ressaltadas as ideias geométricas utilizadas na montagem dos origamis: quadrado
e seus elementos – lados e ângulos, diagonal do quadrado, bissetrizes, lados
paralelos, lados que se interceptam.
Referências
ARAKI, Chivo. Origami for Christmas. Tokyo e Nova Iorque:
Kodansha International, 1990. p.22-25.
BRASIL (Pais) SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: matemática.
Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental: Brasília
(DF), 1997 v.3. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf>. Acesso em: 04
mar. 2014.
HAYASAKA, Enio Yoshinori; NISHIDA, Silvia Mitiko. Origami na Educação. Universidade
Estadual Paulista. Disponível em: <http://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/Documentos/indice_origami_educacao.htm>.
Acesso em: 05 mar. 2014.
CIDRAL, F. CBN Sadako e seus pássaros da paz, em Hiroshima: a cidade que pede paz
ao mundo 19/07/12. Disponível em: <http://colunas.cbn.globoradio.globo.com/platb/caminhosalternativos/tag/paz/>.
Acessado em: 04 mar. 2014.
KASAHARA,
Kumihiko; TAKAHAMA, Toshie. Origami for
the Connoisseur. Tokyo e Nova Iorque: Japan Publications, Inc., 1987
p. 42-43.
OLIVEIRA, Priscila Logatto de Almeida A matemática surda. Caderno dá licença.
2012 v. 7 ano 10.
Disponível em:
<http://www.uff.br/var/www/htdocs/dalicenca/images/artigo2.pdf>. Acessado
em 05 mar 2014.
PORTAL Japão. Origami
(Arte da Dobradura de Papel). Portal Japão. Disponível em:
<http://www.japao.org.br/modules/xt_conteudo/index.php?id=33>. Acesso em:
28 fev. 2014.
RUIZ, Adriano Rodrigues. Matemática, Matemática escolar e o nosso quotidiano. Faculdade de
Ciências de Lisboa. 2001. Disponível em:
<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/fdm/textos/ruiz%2001.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2014.
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